Será que é possível emagrecer com saúde utilizando inibidores de apetite? Recentemente os medicamentos com ação inibidora de apetite foram liberados para produção e comercialização no mercado brasileiro. Desde 2011, essas drogas estavam proibidas pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, sob a justificativa de que geravam riscos de doenças cardiovasculares.
A partir da legalização, os inibidores de apetite poderão ser comercializados desde que com prescrição médica. A receita deve ser retida nas farmácias, como já ocorre com outros medicamentos de uso controlado, e um termo de responsabilidade deve ser assinado pelo médico responsável pela prescrição. A mudança gerou muitas reações em diversos órgãos competentes no Brasil, como a própria Anvisa e o Conselho Federal de Medicina.
Neste post, vamos discutir um pouco dos dois lados do assunto, e como a liberação dos inibidores se relaciona com os esforços de emagrecimento com saúde.
Uso controlado e abuso
Para o Conselho Federal de Medicina, o uso dos inibidores de apetite (também chamados de anorexígenos) é um passo importante no tratamento da obesidade. Segundo o CFM, o perigo dos inibidores não está em seu uso, mas sim no abuso das substâncias e no uso simultâneo de mais de um inibidor.
Já a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) discorda do órgão, e afirma que a decisão foi tomada com os interesses da indústria farmacêutica em mente, e não o real desejo de combater a obesidade ou quaisquer outros transtornos de saúde.
Nesse tópico, é importante reconhecer que a fala do CFM tem sua legitimidade. Como um velho ditado já dizia, o que separa um remédio de um veneno é a dosagem, e com os inibidores de apetite não seria diferente. Ainda, todo medicamento tem seus riscos e reações adversas possíveis documentadas na bula, que deve ser lida pelos pacientes em tratamento.
Apesar disso, a liberação da venda dos inibidores de apetite contraria um movimento internacional que caminha no sentido da proibição desses medicamentos, sob a justificativa de não encorajar o uso deles para fins de emagrecimento compulsivo.
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Emagrecer com saúde
Um dos desdobramentos conhecidos dos inibidores é o efeito sanfona, no qual o paciente recupera todo o peso que perdeu com o medicamento ao interromper a ingestão contínua, ou acaba engordando mais ainda. Isso ocorre, muitas vezes, porque o tratamento não leva em conta a recuperação da saúde de forma ampla, para além da perda de peso.
De nada adianta ver os ponteiros da balança descendo se não há uma reeducação alimentar acompanhada de uma transformação de hábitos de consumo. Em outras palavras, não dá para ser magro apenas para ser magro, sem se importar com a saúde.
O emagrecimento é a chave para o tratamento de várias doenças e alterações fisiológicas, como o colesterol alto, desordens hormonais e até mesmo infertilidade. Porém, se o processo não for bem conduzido, será tudo em vão. Por isso, emagrecer com saúde significa fazer uma mudança de vida completa, que vai muito além do uso de um inibidor de apetite para comer menos.
Possíveis benefícios e riscos
Os riscos associados ao uso de inibidores são amplamente conhecidos:
- dependência;
- palpitações;
- transtornos psicóticos;
- insônia;
- náusea;
- comportamento compulsivo.
Em razão deles é que a categoria de medicamentos foi proibida em 2011 pela Anvisa, que considerava os riscos muito maiores do que os benefícios. Os inibidores de apetite mais populares são à base de anfetamina, uma droga estimulante para o cérebro que dá a sensação de saciedade e previne a alimentação compulsiva.
Entretanto, apesar dos efeitos adversos, em alguns casos os inibidores realmente podem ajudar, desde que prescritos e acompanhados por profissionais qualificados. Em casos de obesidade severa, com episódios de compulsão alimentar e dificuldade extrema para emagrecer, empregar os inibidores pode ser uma saída viável para recuperar a saúde do paciente.
Aqui, é fundamental pontuar que ninguém desenvolve doenças por pesar mais ou menos. O que interfere na saúde são os efeitos da ingestão de muita gordura, alimentos processados, sódio e açúcar, e entre eles está o ganho de peso. Ao lado dele, podemos listar:
- aumento da pressão arterial, provocando riscos de crises hipertensivas;
- entupimento de artérias, aumentando as chances de ataques cardíacos;
- problemas nas articulações do joelho pelo excesso de peso;
- doenças na coluna, também pelo excesso de peso;
- desconforto respiratório;
- níveis alterados de colesterol, glicemia e triglicerídeos.
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Esses quadros podem evoluir rapidamente para doenças graves, que realmente ameaçam a vida do indivíduo obeso ou em sobrepeso, ou, no mínimo, afetar a qualidade de vida dessas pessoas. Por isso, o uso dos inibidores não deve ser condenado, pois eles realmente podem ajudar a restaurar a saúde de alguns pacientes.
Assim, a legalização dos inibidores de apetite é um tema bastante controverso, e seu uso precisa ser discutido caso a caso com especialistas. Lembre-se que todo medicamento oferece riscos, e se automedicar pode piorar muito mais um sintoma ou doença. Converse com seu médico ou nutricionista e descubra qual o melhor tratamento para emagrecer com saúde!